Expedição feita em 17/03/2011 em dois trechos: Estação Porto das Caixas x Estação Venda das Pedras e Estação Tanguá x Estação Rio Bonito. Expedição feita por membros do TGVBR, antes da fundação do Trilhos do Rio.
Cortamos 3 municípios numa caminhada recheada de belas paisagens e, a cada vez que vamos a campo, temos ainda mais certeza de que nossas ferrovias tinham tudo para ter trechos turísticos e de passageiros com muita demanda.
Começamos por Itaboraí, onde existe o primeiro túnel ferroviário do Brasil, mas que infelizmente não tive a chance de fotografar pois o mesmo encontrava-se (pasmem) soterrado e cheio de lixo. Mais um descaso com a história ferroviária. E com a história do Brasil também, por que não?
Após termos a ingrata visão de como estava o primeiro túnel ferroviário do Brasil, fomos para o que restou da Estação Porto das Caixas. Infelizmente nada restou dessa estação, que um dia foi um dos pontos e entroncamento dos mais importantes de nosso estado. Nada a declarar a respeito da história.
Essa caixa d’água abastecia as vaporosas da linha. Junto com um abrigo para bomba d’água (foto abaixo) foi o que restou do pátio e da antiga estação de Porto das Caixas.
Desolados, partimos para uma caminhada de mais ou menos 5km até a estação de Venda das Pedras para ver em que estado a mesma se encontra. No caminho, imagens curiosas, como a de uma casa de um João de Barro em um dos postes pertencentes a ferrovia.
Chegando em Venda das Pedras, vimos que a estação encontra-se ocupada por uma família, mas que a mesma está em estado deplorável, podendo em muito pouco tempo não ser mais possível termos registro dessa construção original. Estação de Venda das Pedras com a inscrição de Itaboraí por cima de seu dístico original.Vista de outro angulo: prédio pedindo socorro, caindo aos pedaços.
Saindo de Venda das Pedras, pegamos um ônibus com destino ao município de Tanguá, para acharmos a estação e verificar seu estado.
A Estação de Tanguá virou Centro Cultural.Conservadíssima estação de Tanguá.
Alguns políticos ainda conseguem ter bom senso e discernimento e não esquecem do que ajudou a impulsionar a economia de seus municípios…
… e ainda por cima preservam, mostrando que o passado pode andar de mãos dadas com o presente e o futuro. Parabéns a prefeitura de Tanguá.
Estação de Tanguá: exemplo a ser seguido.
Foi até difícil de acreditar no que vimos em Tanguá, de tão acostumados que estamos em vermos estações esquecidas e abandonadas à própria sorte. Seguimos em mais uma caminhada de mais ou menos 10km rumo a estação de Rio Bonito.
Saindo da estação Tanguá, vi essa cena. Depois de carros de som, dessa vez vi um “jegue de som”.
Toda a atenção possível para acharmos o que restou da estação Rio dos Índios, estação essa que foi demolida a alguns anos. Após alguns km de caminhada, encontramos apenas sua plataforma. Triste cenário.
Depois de acharmos o que restou de Rio dos Índios, fomos em busca do objetivo final: estação Rio Bonito. Quando chegamos lá, o sol já estava se pondo, o que nos mostrou o quanto percorremos naquele dia em busca de registros.
Entrada do pátio da estação Rio Bonito.Amv lubrificado. Sinal de atividade da FCA?
Caixa d’água da estação.
Não consegui fotos da estação por inteira, mas uma coisa que contarei aqui é deprimente. A estação foi restaurada e logo após incendiada. Acidente? Vandalismo? Rodoviarismo? Prefiro não me adentrar nesse assunto e deixar no ar o que pode ter acontecido.
Uma das entradas da estação.Meio apagado, o dístico da estação.
A missão foi cumprida, conseguimos registrar o proposto e deixo aqui uma observação: uma caminhada muito agradável, com paisagens lindas e para quem se propor a fazer vale muito a pena. Os dois percursos deram mais ou menos 17km, o que não é muito em se tratando de lugares lindos a serem explorados. Nossas ferrovias cortam e cortavam lugares de uma beleza ímpar, uma pena muitas delas hoje estarem suprimidas ou sub-utilizadas. Como bônus, deixo aqui mais algumas imagens feitas nesse dia.
Até a próxima.